sábado, 24 de março de 2012

Resenha: Um Olhar do Paraíso

Título Original: The Lovely Bones
Gênero: Drama; Fantasia; Suspense
Duração: 135 min
Ano de lançamento: 2009
Direção: Peter Jackson
Roteiro: Fran Walsh (Roteiro); Philippa Boyens (Roteiro); Peter Jackson (Roteiro); Alice Sebold (Romance)
Produção: Carolynne Cunningham; Peter Jackson; Aymée Peyronnet; Fran Walsh
Orçamento:  65,000,000 milhões de dólares
Bilheteria (somente nos Estados Unidos): 43,818, 839 milhões de dólares (Dados de 7 de Março de 2010)
Elenco: Mark Wahlberg (Jack Salmon); Rachel Weisz (Abigail Salmon); Susan Sarandon (Vovó Lynn); Stanley Tucci (George Harvey); Michael Imperioli (Len Fenerman); Saoirse Ronan (Susie Salmon); Rose McIver (Lindsey Salmon); Christian Thomas Ashdale ( Buckley Salmon); Reece Ritchie (Ray Singh); Carolyn Dando (Ruth Connors); Nikki SooHoo (Holly); Andrew James Allen (Samuel Heckler); Jack Abel (Brian Nelson); Amanda Michalka (Clarissa).
Sinopse: Em dezembro de 1973, Susie Salmon voltava da escola para casa quando foi assassinada. Ela tinha apenas 14 anos. Depois de morta, Susie continua a velar por sua família – enquanto seu assassino permanece solto. Presa em um extraordinário, ainda que misterioso, espaço entre a Terra e o Céu a menina descobre que precisa escolher entre a busca por vingança e o desejo de ver seus amados seguirem em frente. O que tem início como um chocante homicídio leva a uma jornada visualmente criativa e repleta de suspense que, através dos laços de memória, amor e esperança, segue em direção a um desfecho surpreendente e emotivo.
Trailer:



Análise:

“Não se preocupe filha, ele tem uma vida boa. Está preso em um mundo perfeito”.
—Jack Salmon.

O filme começa com uma introdução de Susie Salmon, uma garota de 14 anos, vítima de um assassino. Essa introdução já nos mergulha na beleza delicada que permeia todo o longa-metragem. Uma beleza visual abundante nas cores vivas e quentes da fotografia. Susie Salmon é uma personagem de extrema simpatia e com suas descrições do mundo nos conquista facilmente. É incrível como a sua análise inocente e pura do mundo consegue ser ao mesmo tempo tão madura, acho que o olhar de uma criança por não ser uma perspectiva carregada das distrações e preocupações comuns à vida adulta pode atingir camadas inacessíveis para muitos.
O filme inicialmente alterna entre a narração de Susie ainda vida e de quando já está morta. Apesar do que poderia ser esperado, a identidade do assassino não é a questão fundamental na história, tanto que este dado nos é entregue sem rodeios. A base do enredo é a maneira como Susie opta por tratar a verdade inevitável de que está morta, como a sua família dela fica após a tragédia e sobre como continuar vivendo depois de tamanha perda. Achei espetacular o filme não se prender ao óbvio querendo enrolar sobre a identidade do assassino e deixar a trama somente mais uma dentre diversas outras que mesclam suspense e elementos sobrenaturais. O sentido do enredo está muito além da superfície, assim como as grandes obras devem ser.
É fascinante como o ambiente é utilizado como marcação para os momentos distintos da trama, inclusive nos minutos que antecedem a morte de Susie a fotografia começa a adquirir tons escuros e o cenário irradia uma frieza que causa uma angústia lancinante por já sabermos do destino fatídico da inocente garotinha. Essa alternância de tons marca também o humor de Susie nesse lugar entre o céu e a terra em que ela fica presa.
É impossível os espectadores não se identificarem com a história, visto que todos nós já lidamos ou teremos de lidar um dia com a passagem de um ente querido para o próximo estágio da existência. Seja qual forem suas crenças é inegável o fato de que para conseguirmos viver teremos de aprender a encarar que a vida, ao menos como estamos habituados a pensa-la com nossos sentidos, acaba, até mesmo para aquela pessoa doce e generosa que amamos demais. Como sempre se fala; três assuntos que sempre acabam gerando uma discussão grande são: futebol, política e religião. Realmente é complicado fazer um discurso sem despertar olhares de desprezo em um grupo, seja porque seu discurso não possui bons argumentos ou por divergência de opiniões, algo muito comum considerando que cada um de nós possui um grupo próprio de experiências a partir do qual medimos o mundo. “Um Olhar do Paraíso” consegue contornar esse terreno com sabedoria sem se fixar em uma determinada ótica do pós vida e direcionar nossos olhares não para o fato da garota estar morta, mas para o significado daquilo emocionalmente.
Uma grande surpresa foi descobrir que Peter Jackson era o diretor desse filme. Falo isto porque o conheço mais pelas suas superproduções (Senhor dos Anéis e King Kong (remake) e pelo filme de terror trash “Fome Animal” (um de seus primeiros filmes). Peter Jackson provou de vez para mim ser um diretor de exímia versatilidade, capaz de passar pelo terror, fantasia e também o drama de qualidade.
Os atores são perfeitos e a naturalidade com que os sentimentos são expressos sensibilizam até mesmo os corações mais resistentes quando assistem a um filme. Nada nesta história nos soa forçado, muito pelo contrário. Até o sobrenatural é um elemento que se torna comum, mesmo para quem não esteja tão acostumado a isto.
A grande lição deste filme é: precisamos aprender que amar às vezes é deixar ir, que precisamos aprender a seguir em frente para honrar aqueles que nos amaram, que a morte é um fator natural à vida e por isso não devemos teme-la tanto assim e que pessoas que nos amem de verdade nunca vão querer nos ver presos à uma semi-vida, pois o universo continua com suas belezas, suas dores e tudo o mais. Viver é um ato de passagem, um rito transitório, e por isso temos que fazer com que valha a pena.
Abraços a todos! Bom filme e até outro momento! J
 

11 comentários:

  1. Respostas
    1. Essa filme causa pranto facilmente. É de uma visão tão sensível sobre a morte.

      Abraços!

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  2. Eu amei esse filme, fazia tempo que não chorava tanto em uma produção. Estou louca para ler o livro da Alice Sebold.

    http://laviestallieurs.blogspot.com.br/

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    1. Rafaella, já assistiu "A Sociedade dos Poetas Mortos"? Esse é outro filme fascinante, acho que você vai amar.

      Abraços!

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  3. vi esse filme e me apaixonei conta praticamente a verdade dos assassinos geralmente são os que estão em nossa volta... me impressionei! até chorei fiquei muito emocionada <*:*> bjx

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  4. esse filme e maravilhoso muito bom pra aquelas pessoas que choram pelos seu atequeridos muito tempo que eles nao encontram o caminho se ficarmos o tempo todo chorando pensando em vingança

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  5. esse filme e incrivel....e marca as pessoas com coisas q realmente acontece na vida real.....

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  6. O filme é demais de lindo e criativo em suas fotografias.As cores são lindissimas e os cenarios naturais maravilhosos.O enredo do filme é de doer o coração,não tem como não chorar.Os atores foram maravilhosos em suas atuações.Tudo pareceu muito real.É um assunto atual pois fala do horror que é a pedofilia.O filme tem os dois aspectos bem fortes as coisas lindas do paraaíso e as coisas horríveis dos assassinos de crianças.Amei o filme.

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  7. gostei muito do filme muito bem escrito

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  8. simplismente estraordinario, toda vez que vejo sempre choro unico filme que eu amo é me facinei pela realidade é verdade ...ainda mais por ainda existir impunidades no mundo é ter familiares já falecidos uma historia com uma verdade sentimental muito grande nunca esquecerei esse filme nunca

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