sexta-feira, 16 de março de 2012

Resenha: Super 8

 
Título original: Super 8
Gênero: Mistério, Ficção Cíentifica, Suspense
Duração: 112 min
Ano de lançamento: 2011
Direção: J.J. Abrams
Roteiro: J.J. Abrams
Produção: J. J. Abrams, Bryan Burk, Udi Nedivi, Michel Rejwan, Guy Riedel, Ben Rosenblatt, Steven Spierlberg
Orçamento: 50 milhões de dólares
Bilheteria mundial: 259,713,319 milhões de dólares (Dados de 29 Setembro de 2011)
Elenco: Kyle Chandler (Jackson Lamb); Ellie Faning (Alice Dainard); Joel Courtney (Joe Lamb); Gabriel Basso (Martin); Noah Emmerich (Nelec); Ron Eldard (Louis Dainard); Riley Griffits (Chales Kaznyk); Ryan Lee (Cary); Zack Mills (Preston); Jessica Tuck (Mrs. Kaznyk); Joel McKinner Miller (Mr. Kaznyk); Amanda Michalka (Jen Kaznyk).
Olá, leitores do Policial da Biblioteca! Como vocês estão? Qual livro vocês estão lendo? Qual o último filme que assistiram? Bom, depois desse primeiro momento de reencontro, sempre fico com saudades quando passo um tempo grande sem postar, vamos conversar um pouco sobre o filme “Super 8”. Desligue as luzes, pegue a pipoca e o refrigerante, se acomode na sua poltrona preferida e ação! 
A linha de largada do filme é o acidente em uma fábrica que vitimou a mãe de Joe Lamb. O sentimento de luto é evidente em todos os personagens e nesse momento somos apresentados ao grupo de amigos formado por Joe, Martin, Charles, Preston e Cary. Esse é o tradicional grupo de amigos inseparáveis, um núcleo comum em grandes filmes de outrora como “Conta Comigo”, “Gonnies”, “Deu a Louca nos Monstros” etc, que dará o ar de aventura incrível que permeia toda a trama com suas atuações sensacionais. Achei perfeita a escolha de trabalhar o enredo usando as crianças como lente de captura, afinal não há faixa etária mais ideal para maximizar a sensação de aventura. É na infância que ainda acreditamos completamente em coisas mágicas e é o período onde as tribulações de uma vida adulta são somente lendas que escutamos às vezes.
Durante o velório da mãe de Joe aparece Louis Dainard, pai solteiro de Alice Dainard e um homem com problemas com a bebida. Enquanto está sozinho do lado de fora de sua casa Joe vê Louis entrar na residência e em seguida ser retirado por seu pai (Jackson Lamb), o delegado da cidade, de modo forçado. Nesse instante não conseguimos compreender tal reação violenta do pai de Joe, contudo mais a frente na trama a razão será explicada. É um ponto excelente para começar a prender o espectador, pois eu mesmo até o motivo ser revelado fiz várias especulações.
Após estas curtas cenas avançamos no tempo quatro meses.
Começamos a conhecer agora o projeto do grupo de amigos: um filme terror sobre zumbis! Algo bem artesanal mesmo. Uma merecida homenagem aos clássicos filmes de zumbi como “Night Of The Living Dead” e “White Zombie”. Porém o pai de Joe não considera os seus amigos boas companhias e pretende mandá-lo para um acampamento. O falecimento da esposa deixou um evidente abalo em Jackson e sendo o delegado da cidade não pode deixar isso transparecer, ele imagina, pois como poderia cuidar de uma cidade estando ele mergulhado em uma depressão?
Antes do momento de transição do filme da calmaria para a rota que conduzirá ao clímax há uma cena que amei. Os garotos sob o céu noturno cantam “My Sharona”.  Achei que aquele momento pareceu mágico, talvez seja porque há alguns anos atrás costumava sair mais com alguns amigos pelas ruas de minha cidade sem rumo e conversar sobre qualquer coisa. Todavia, infelizmente, mudanças ocorreram e alguns membros do grupo acabaram se afastando. Acho que essa é a grande magia dos filmes que se desenvolvem ao redor de um núcleo de crianças que são amigos, nos fazem lembrar também de épocas em que éramos dotados de menos responsabilidades e preocupações e que passar horas jogando conversa fora era a programação que mais adorávamos! É nessas horas que melhor compreendo Peter Pan. Até arrisquei cantarolar um pouco essa música. 
O encontro noturno entre os amigos tem como objetivo prosseguir com as filmagens do curta-metragem que estão fazendo.  É nesse instante em que aparece Alice Dainard, interpretada por Elle Faning, irmã mais nova de Dakota Faning e que promete trilhar o mesmo caminho de ascensão que a irmã. Sua atuação é muito bem feita e algumas vezes ofusca os trabalhos dos demais. Alice é uma garota pela qual todos os garotos do colégio nutrem afeição, popular, bonita e inteligente, mas ao contrário do que poderíamos esperar ela não é a típica “patricinha”, mas uma menina muito encantadora.
Não tarda para que Joe se apaixone por Alice, afinal de contas a desatenção do pai para com ele e o recente falecimento da mãe o deixam em um estado depressivo e quando vê em Alice uma cintilação de beleza fica enfeitiçado.
O primeiro momento em que a atuação de Elle Faning demonstra a sua perfeição é na estação de trem onde uma tomada do filme sobre zumbis é feita. É uma cena de calar qualquer um e fazer a respiração ficar menos perceptível. Para deixar a cena mais realista os amigos decidem aproveitar a passagem de um trem, entretanto uma surpresa acontece. Um carro entra nos trilhos e acaba causando o descarrilamento da locomotiva. A sequência do acidente é muito bem feita e nos faz arregalar os olhos para ter certeza de que não perderemos sequer um segundo. Bastou esse acontecimento para que suas vidas pacatas fossem aos poucos ficando para trás e cada vez mais se vissem em uma aventura que envolve segredos militares, um aparente professor comum de ciências, estranhos cubos e uma coisa que não sabemos o que é, mas passa a assolar a cidade roubando motores de carros, cabos de alta tensão e raptando pessoas. A criatura fica indefinida até perto do final do filme, só obtemos rápidas cenas dele e vultos são as únicas coisas que conseguimos enxergar. A índole do monstro parece ser essencialmente má, porém depois compreenderemos melhor suas motivações e aqui entra mais uma lição valiosíssima, mas que muitos teimam em aprender: O ser humano é o seu maior inimigo! 
O longa-metragem é espetacular. O suspense até a criatura se revelar e durante os seus ataques lembra bastante o filme “Tubarão”. É um mistério de fazer roer as unhas.
 
As crianças são o grande destaque desta produção e obviamente não poderia deixar de ser, mas além da intenção de fazer um filme que rememorasse clássicos, a produção tem seu êxito no bom trabalho com os atores mirins! Ficarei atento à estes atores e acredito que ainda os verei em muitos filmes grandiosos! A parceira entre J.J. Abrams e Steven Spielberg ficou perfeita! Não há do que reclamar e se você for do tipo de espectador que se emociona facilmente deixe uma caixa de lenços por perto porque o final é tocante!

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