Autor carioca se destacou em inúmeras atividades ao longo de seus 88 anos de vida.

Esse raro autor, em sentido amplo, morreu ontem, aos 88 anos, em sua casa na Zona Sul do Rio, após uma parada cardíaca e falência múltipla de órgãos, segundo informou seu filho Ivan Fernandes. Millôr também era pai de Paula e tinha um neto, Gabriel.
A carreira do escritor, que nasceu no Rio, em 16 de agosto de 1923, começou aos 14 anos, no jornal O Cruzeiro. Ao longo da vida, colaborou com textos e como cartunista para inúmeros veículos de imprensa. Foi um dos fundadores do jornal O Pasquim, grande referência de humor e importante publicação alternativa na época da forte censura do Regime Militar.
Sua estreia literária foi em 1946 com Eva sem costela – um livro em defesa do homem. Sete anos depois, montava sua primeira peça de teatro, “Uma mulher em três atos”. Publicou um total de 40 títulos. Seu último livro, A entrevista, foi lançado em 2011 pela L&PM. É fruto de uma entrevista de sete horas em que Millôr revela suas ideias e pensamentos.
Como tradutor, Millôr foi muito ativo e é apontado como o principal das obras de Shakespeare no Brasil. Verteu para o português obras clássicas como Rei Lear e outras de Molière, Sófocles, Bernard Shaw, Tchékhov e Tennessee Williams.
Millôr também foi dramaturgo e roteirista, sendo que no teatro foi onde mais colecionou prêmios e sucessos – “Liberdade, Liberdade”, em parceria com Flávio Rangel, é um deles. Entre os roteiros, escreveu “Terra estrangeira” e “Memórias de um sargento de milícias”, adaptação da obra de José Manuel de Macedo produzida pela Rede Globo.
De acordo com a família, o velório está marcado para esta quinta-feira (29), das 10h às 15h, no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju, na Zona Portuária do Rio. Em seguida, o corpo será cremado numa cerimônia só para a família.
O site Millôr Online tem uma série de textos, ilustrações e brincadeiras do autor.
Fonte: Publish News.
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