Gênero:
Horror; Suspense
Duração: 98
min
Ano de
lançamento: 2004
Direção: Mick
Garris
Roteiro: Mick Garris (Roteiro); Stephen King
(Romance);
Produção: Mick Garris; Brad
Krevoy; David Lancaster; Greg Malcolm; Joel T. Smith; Vicky Sotheran
Orçamento: 5,000,000
milhões de dólares
Elenco: Jonathan Jackson (Alan
Parker); David Arquette (George Staub); Cliff Robertson (Farmer); Barbara
Hershey (Jean Parker); Erika Christensen (Jessica Hadley); Barry W. Levy
(Julian Parker); Robin Nielsen (Archie Howard); Matt Frewer (Mr. Clarkson);
Danniele Dunn-Morris (Mrs. Janey McCurdy); Nicky Katt (Ferris); David Purvis
(Mr. Dalrymple); Mick Garris (Dr. Higgins); Mark McConchie (Dr. Shustek)
Sinopse: Um rapaz que tentou se matar recebe a notícia que sua mãe
teve um derrame e está no hospital, como os dois estão em cidades diferentes, o
rapaz resolve sair nas estradas em busca de carona para chegar lá. Porém, quando
finalmente consegue alguém, o caronista se revela um fantasma que joga ao rapaz
uma terrível proposta: ou ele morre, ou a mãe.
Análise:
“Você
tem que sentir o sopro da morte pra valorizar a vida. Uma mordidinha da morte
pode ensiná-lo a crescer.”
—Alan
Parker.
“Ninguém
vive para sempre. Mas todos brilhamos.”
—Alan
Parker.
Meu primeiro comentário acerca deste
filme é: Poxa, Mick Garris conseguiu acertar na direção com essa trama! Falo
isto porque, entre os fãs de Stephen King, Mick Garris é muito conhecido pela
sua direção fraca nas adaptações de livros e contos, basta pesquisar um pouco
sobre a reação dos fãs à sua última tentativa (a minissérie “Bag Of Bones”,
confira resenha aqui e aqui).
O filme se foca em Alan Parker, um
jovem maníaco-depressivo cuja única perspectiva pela qual consegue encarar o
mundo é o espectro sombrio da morte. Seu jeito de ser às vezes deixa a sua
namorada preocupada com o futuro dele, pois ela não consegue enxergar uma vida
para alguém que só tem pensamentos de morte e que não vê a mínima dose de
otimismo na vida.
O filme possui uma atmosfera gélida
forjada pelos cenários que parecem somente utilizar iluminação natural e
dotados de pouquíssimo brilho. O filme também se utiliza da construção de dois
olhares distintos de Alan para alguns eventos da história. Esse recurso é
manifestado na existência de um segundo Alan que contracena com o verdadeiro
Alan. O segundo Alan funciona como uma espécie de consciência que não
necessariamente age almejando definir o que é certo ou errado, mas gerar
contrapontos para os sentimentos, pensamentos e ações de Alan. Essa
consciência, segundo minha interpretação, é o Alan possível, aquele que
realmente a sua namorada gostaria que ele fosse.
No dia seguinte ao seu aniversário
Alan recebe a funesta notícia de que a sua mãe foi internada em um hospital
após sofrer um derrame e decidi que deve visitá-la no hospital, pois sente que essa
pode ser a sua última chance de falar com ela e
quer estar ao lado de sua amada mãe caso este for o seu momento de
partir.
Alan opta por ir até a cidade em que
a mão está pegando caronas e durante o trajeto se depara com os mais diversos
tipos de pessoas excêntricas que possuem uma marca em comum: Todas o fazem
refletir sobre a morte. Seja a angústia de perder uma pessoa, a ânsia por
construir algum sentido maior para a sua existência ou o desespero em ter de
lutar para poder continuar vivendo, mesmo sem saber ao certo pelo que se vive.
A jornada pelas estradas traz
revelações à Alan que o fazem repensar todos os seus conceitos e prioridades. A
sua viagem nos parece uma jornada espiritual ao cerne da morte do qual ele
emerge no desfecho da trama renovado, reformulado, reconstruindo toda a sua
essência.
A história começa como um horror em
estado mais bruto, com pouca lapidação, e vai se refinando até se completar
como um drama sobrenatural de primeira linha como poucos autores são capazes de
construir com maestria.
“Montado na Bala” é uma daquelas
obras das quais o espectador jamais sai o mesmo, pois nos faz dialogar com ele
em um nível profundo. Alan pode muito bem ser o reflexo de nós mesmos e nossos
temores perante a vida que passa em uma velocidade alucinante. O grande trunfo
é justamente esse: fazer o espectador se ver em Alan.
O final é de uma beleza magnifica e
nos faz perceber que a morte não é tão assustadora assim e que para viver é
preciso aprender a encarar a morte. Recomendo! Bom filme à todos!
CURIOSIDADES
- Stephen King originalmente publicou a história em que o filme se baseia, na internet.
- O velho carro vermelho de topo branco é uma referência à Christine.
- No conto, o carro de George Staub é um Ford Mustang. Os produtores decidiram usar um Plymouth vermelho como uma brincadeira com Christine. Porém, Christine é um Plymouth Fury 1958, o de George é um 1960.
- O velho carro vermelho de topo branco é uma referência à Christine.
- No conto, o carro de George Staub é um Ford Mustang. Os produtores decidiram usar um Plymouth vermelho como uma brincadeira com Christine. Porém, Christine é um Plymouth Fury 1958, o de George é um 1960.
Estive com esse filme na mão para alugar, mas aí pensei: "Deve ser outra bomba, faz tempo que não conseguem acertar uma boa adaptação de Stephen King!" Mas após ler sua bela resenha, resolvi dar uma chance a esse filme, vou alugar pra ver nesse fim de semana, se der certo. Volto aqui quando assistir!
ResponderExcluirParabéns pelo blog! Ótimos textos! Acompanho pelos feeds já há algum tempinho.rs