Gênero:
Suspense
Duração: 107
min
Ano de
lançamento: 1990
Direção: Rob Reiner
Roteiro: Stephen King (Romance); William Goldman
(Roteiro)
Produção: Rob Reiner; Andrew
Scheinman
Orçamento: 20,000,000 milhões de
dólares
Bilheteria (somente nos Estados
Unidos): 61, 276,872 milhões de dólaresElenco: James Caan (Paul
Sheldon); Kathy Bates (Annie Wilkes); Richard Farnsworth (Buster); Frances
Sternhangen (Virginia); Lauren Bacall (Marcia Sindell); Grahan Jarvis (Liby);
Jerry Potter (Pete)
Sinopse: Paul Sheldon (James Caan) é um escritor famoso que sofre um
acidente de carro, sendo socorrido por uma enfermeira (Kathy Bates) que se
autodenomina sua fã número um. Ela o leva para sua casa e passa a cuidá-lo.
Mas, ao ler os originais do novo livro do escritor, percebe que sua personagem
predileta será morta, fazendo com que sua personalidade doentia se revele. Sem
poder se locomover, Sheldon se vê à mercê das loucuras da "fã".
Trailer:
Análise:
“Eu sou sua fã
número 1. Não se preocupe com nada. Você ficará bem. Eu cuidarei de você. Eu
sou sua fã número 1.”
—Annie
Wilkes.
O filme possui uma ideia básica que
pode parecer simples para muitos, mas como sempre Stephen King consegue nos
surpreender transformando o banal em uma verdadeira e ampla experiência de
horror, mostrando que nem sempre é necessário recorrer à cenas de violência
descomunal ou monstros horripilantes para inserir na mente dos espectadores ou
leitores o sentimento de medo, angústia e apreensão.
Paul Sheldon é um escritor de enorme
sucesso, assim como a personalidade real à qual seu nome é uma homenagem
(Sidney Sheldon), e após finalizar o seu mais novo romance começa a viagem para
entregar o manuscrito para publicação, contudo durante o seu caminho é atingido
por uma nevasca e o seu carro acaba capotando. Após ser socorrido pela gentil
mulher chamada Annie Wilkes é levado para a casa dela onde começa a ser tratado
e conhece a sua fã número 1.
Kathy Bates consegue atuar com
tamanho talento que nos induzir a crer cegamente que Annie Wilkes se trate de
uma gentil e solidária mulher, preocupada com o bem-estar de seu autor
favorito. Caso não já soubéssemos alguns dados sobre o enredo seriamos
absorvidos pela doçura que emana de sua voz e gestos aparentemente de sincero
amor. Com o fluir da trama começamos a perceber que por trás de toda a suposta
bondade de Annie se escondem propósitos e segredos tenebrosos.
O filme, apesar de possuir cenas em
ambientes externos (floresta, cidade), consegue preservar a atmosfera
claustrofóbica nas cenas rodadas entre Annie e Paul. Ele não é inteiramente um
suspense doentio, digno de ser comparado com as obras de Hitchcock, mas
igualmente possui traços de humor negro, visto que retrata de forma exacerbada
algo que é comum às pessoas que possuem o hábito da leitura: o amor que
acabamos desenvolvendo por alguns personagens, às vezes a tal ponto que
queremos sempre mais dele. Obviamente que esta característica no filme é levada
à níveis doentios, mas não deixa de ser algo palpável, uma coisa que está bem
do nosso lado.
Outra coisa que me chamou a atenção é
como Annie Wilkes diz que lamentaria muito caso Paul morresse e ela não pudesse
mais se deliciar com histórias de Misery (personagem que lançou Paul Sheldon ao
estrelato e protagonista de todos os seus romances). Isso me deixou intrigado,
pois de certa forma King conseguiu “antecipar” algo que ele mesmo viveria em
1999 quando foi atropelado por uma van e, por muita sorte e um tratamento
intensivo, conseguiu sobreviver. Durante algum tempo King recebeu diversas
cartas de Fãs dizendo como lamentariam se ele tivesse falecido, pois nesse caso
“A Torre Negra” (saga ainda incompleta na época) jamais seria concluída.
Inclusive vale mencionar aqui o caso de uma carta que Stephen King recebeu de
uma mulher dizendo que tinha câncer, que poderia morrer a qualquer momento e
que desejava mais que tudo poder saber o final da aventura do pistoleiro Roland
Deschain em busca da lendária Torre Negra. Se a história dessa mulher era
verdade ou não jamais saberemos, mas podemos notar aqui como o amor à um
escritor ou personagem pode chegar a camadas elevadas.
O longa-metragem também fala, mesmo
que muito brevemente, sobre a necessidade que escritores às vezes sentem de
romper com suas criações para amadurecerem. A maneira como o processo de
criação artística é interpretado como um ciclo de vida e morte, fato
manifestado na ação de Paul Sheldon em matar a personagem Misery, criação a
qual se sentia preso, é fruto, sem dúvida alguma, de uma mente com autoridade
suficiente para falar acerca disto.
“Louca Obsessão” é uma das poucas
adaptações de Stephen King que conseguiram cair em uma mão talentosa o suficiente
para lhe dar uma direção correta. Acompanhando o drama de Paul Sheldon tive a
impressão de que King em alguns pontos estava falando dele mesmo. Não vou
entrar em maiores detalhes para não estragar a surpresa de vocês. Recomento
este filme! Só um aviso...cuidado com pessoas que disserem que são seus fãs
número 1! Até outro momento!
CURIOSIDADES
- Aparição: [J.T.
Walsh] Chefe de Polícia do Estado do Colorado.
- Aparição do Diretor: [Rob Reiner] Piloto do helicóptero.
- Depois de ver O Iluminado (1980). Rob Reiner ficou imediatamente inspirado para dirigir um filme baseado numa novela de Stephen King.
- Os livros do personagem Paul Sheldon são publicados pela editora Viking. A mesma editora que publicava os livros de King na época.
- Uma fita de vídeo de Harry & Sally: Feitos um para o Outro (1989) (dirigido por Rob Reiner) pode ser vista na loja de conveniência.
- O "cara que enlouqueceu num hotel nas proximidades" é uma referência à O Iluminado (1980).
- O papel de Paul Sheldon foi oferecido à Jack Nicholson, mas ele recusou porque não estava bem certo se queria fazer outro filme baseado em uma novela de Stephen King depois do que ele havia experienciado com Stanley Kubrick em O Iluminado (1980).
- Quando Annie manda Paul queimar seu manuscrito, ela acende o papel e nós vemos um close-up nas palavras nele, que é um artigo sobre Cameron Crowe e como ele é um roteirista incrível. Fala sobre seus filmes, mas na maior parte elogia mais o filme Digam o que Quiserem (1989).
- De acordo com o livro "Four Screenplays" de William Goldman, o papel principal, Paul Sheldon, foi oferecido à William Hurt, Kevin Kline, Michael Douglas, Harrison Ford, Dustin Hoffman, Robert De Niro, Al Pacino, Richard Dreyfuss, Gene Hackman, Robert Redford, e Warren Beatty, todos eles recusaram.
- Foi oferecido à Anjelica Huston o papel de Annie Wilkes, e ela ficou interessada, mas não pôde aceitar devido a seu compromisso com o filme Os Imorais (1990). Bette Midler também recusou, antes do papel ir para Kathy Bates.
- Uma das primeiras máquinas de escrever de Stephen King tinha um "N" que não funcionava, exatamente igual a de seu personagem, Paul Sheldon.
- O manuscrito que Annie quer queimar é do livro "Fast Cars" (embora essa informação só apareça na novela).
- Numa recente entrevista com Melvyn Bragg, William Goldman revelou que alguns atores não queriam o papel de Paul Sheldon, porque Annie Wilkes roubava a cena na história demais. Warren Beatty comentou antes de recusar o papel que a cena da marreta fez de Paul Sheldon "um perdedor para o resto do filme". Goldman estava determinado a manter a cena no filme, que era uma variação de uma de suas cenas favoritas da novela de King (na novela, Annie decepa seus dois pés com um machado e cauteriza os ferimentos na hora com um maçarico). Porém, nas primeiras conversas sobre manter a versão original desta cena, Goldman não quis manter o original, pois seria nojento e violento demais para a audiência, entretanto no roteiro revisado de Rob Reiner e Andrew Scheinman, que mudava a cena para a que está no filme, Goldman também não quis que ela fosse incluída, de cara, isso pelo menos até ele ver a incrível e potente cena gravada.
-Única adaptação de Stephen King até hoje a ser premiado com um Oscar, no caso Oscar de Melhor Atriz, para Kathy Bates.
- Aparição do Diretor: [Rob Reiner] Piloto do helicóptero.
- Depois de ver O Iluminado (1980). Rob Reiner ficou imediatamente inspirado para dirigir um filme baseado numa novela de Stephen King.
- Os livros do personagem Paul Sheldon são publicados pela editora Viking. A mesma editora que publicava os livros de King na época.
- Uma fita de vídeo de Harry & Sally: Feitos um para o Outro (1989) (dirigido por Rob Reiner) pode ser vista na loja de conveniência.
- O "cara que enlouqueceu num hotel nas proximidades" é uma referência à O Iluminado (1980).
- O papel de Paul Sheldon foi oferecido à Jack Nicholson, mas ele recusou porque não estava bem certo se queria fazer outro filme baseado em uma novela de Stephen King depois do que ele havia experienciado com Stanley Kubrick em O Iluminado (1980).
- Quando Annie manda Paul queimar seu manuscrito, ela acende o papel e nós vemos um close-up nas palavras nele, que é um artigo sobre Cameron Crowe e como ele é um roteirista incrível. Fala sobre seus filmes, mas na maior parte elogia mais o filme Digam o que Quiserem (1989).
- De acordo com o livro "Four Screenplays" de William Goldman, o papel principal, Paul Sheldon, foi oferecido à William Hurt, Kevin Kline, Michael Douglas, Harrison Ford, Dustin Hoffman, Robert De Niro, Al Pacino, Richard Dreyfuss, Gene Hackman, Robert Redford, e Warren Beatty, todos eles recusaram.
- Foi oferecido à Anjelica Huston o papel de Annie Wilkes, e ela ficou interessada, mas não pôde aceitar devido a seu compromisso com o filme Os Imorais (1990). Bette Midler também recusou, antes do papel ir para Kathy Bates.
- Uma das primeiras máquinas de escrever de Stephen King tinha um "N" que não funcionava, exatamente igual a de seu personagem, Paul Sheldon.
- O manuscrito que Annie quer queimar é do livro "Fast Cars" (embora essa informação só apareça na novela).
- Numa recente entrevista com Melvyn Bragg, William Goldman revelou que alguns atores não queriam o papel de Paul Sheldon, porque Annie Wilkes roubava a cena na história demais. Warren Beatty comentou antes de recusar o papel que a cena da marreta fez de Paul Sheldon "um perdedor para o resto do filme". Goldman estava determinado a manter a cena no filme, que era uma variação de uma de suas cenas favoritas da novela de King (na novela, Annie decepa seus dois pés com um machado e cauteriza os ferimentos na hora com um maçarico). Porém, nas primeiras conversas sobre manter a versão original desta cena, Goldman não quis manter o original, pois seria nojento e violento demais para a audiência, entretanto no roteiro revisado de Rob Reiner e Andrew Scheinman, que mudava a cena para a que está no filme, Goldman também não quis que ela fosse incluída, de cara, isso pelo menos até ele ver a incrível e potente cena gravada.
-Única adaptação de Stephen King até hoje a ser premiado com um Oscar, no caso Oscar de Melhor Atriz, para Kathy Bates.
SPOILER
- Kathy Bates ficou
desapontada com o fato da cena em que ela atropelava um jovem policial com um
cortador de gramas repetidamenter ter sido cortada da versão final do filme. O
diretor Rob Reiner estava com medo de que a audiência poderia rir da cena. Este
momento que acentua ainda mais a crueldade do personagem está presente apenas no
livro.
Olá!
ResponderExcluirAgora o script está correto!
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Confere olhando que seu url já voltou a ser .com
Abraço!
Funcionou! Mto obrigada pela ajuda! Abraços!
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