Gênero: Drama
Duração: 140 min
Ano de lançamento: 1999
Direção: David Fincher
Ano de lançamento: 1999
Direção: David Fincher
Roteiro: Jim Uhls
(Roteiro); Chuck Palahniuk (Romance)
Produção: Ross Grayson Bell; Ceán Chaffin; Art Linson
Orçamento: 63,000,000 milhões de
dólares
Bilheteria (sem contar com os Estados Unidos): 71,000,000
milhões de dólares
Elenco: Edward Norton (O
Narrador); Brad Pitt (Tyler Durden); Helena Bonham Carter (Marla Singer);
Jared Leto (Rosto de Anjo); Meat Loaf (Robert Paulson).
Trailer:
Análise:
“Trabalhamos em empregos que não gostamos,
para comprar um monte de coisas que não precisamos.”
para comprar um monte de coisas que não precisamos.”
—Tyler Durden.
Antes de começar a
tecer meus comentários sobre “Clube da Luta” quero agradecer o apoio que o
Policial da Biblioteca está recebendo dos blogs parceiros e demais amigos.
Também está sendo muito recompensador o retorno que vocês, leitores, estão nos
dando. Sempre que vejo alguém comentando em um dos posts ou divulgando o blog
me sinto plenamente realizado como blogueiro. Quero agradecer também à Priscila
Rúbia pelo convite para escrever no Policial da Biblioteca quando ele ainda era
um pensamento que se formava em sua mente criativa. Estou muito feliz por
estarmos conseguindo manter diariamente a postagem de uma resenha, seja de
livro ou filme. Depois destas palavras vamos ao que é realmente o assunto do
Post, mas antes se lembre das regras do “Clube da Luta”:
1.
Você não fala sobre o Clube da Luta;
2.
Você não fala sobre o Clube da Luta;
3.
Quando alguém gritar “pare!” desmaiar, a luta acaba;
4.
Somente duas pessoas por luta;
5.
Uma luta de cada vez;
6.
Sem camisa, sem sapatos;
7.
As lutas duram o tempo que for necessário;
8.
Se for a sua primeira noite no clube da luta, você tem que lutar.
Tendo apresentado as regras para vocês vamos adentrar no "Clube da Luta", preparem suas mentes, pois hoje é o momento para mais uma luta e você não vai sair mais o mesmo dela!
O filme começa nos apresentando o
personagem interpretado por Edward Norton, um homem que trabalha em um
escritório, com uma vida totalmente voltada para o trabalho que detesta, mas
que não larga por ser o meio através do qual consegue sustentar sua necessidade
de consumir, mesmo as coisas que sejam mais inúteis. O seu hábito de comprar de
maneira desenfreada é a válvula que desenvolveu para tentar preencher a sua
pobreza existencial, contudo depois de algum tempo essa ferramenta acaba se
enfraquecendo e a sua vida começa a sair dos eixos, iniciando-se pela insônia que
passa a sofrer.
"Somos uma geração
sem peso na história.
Sem propósito ou lugar.
Nós não temos uma Guerra Mundial.
Nós não temos uma Grande Depressão.
Nossa Guerra é a espiritual.
Nossa Depressão, são nossas vidas.
Fomos criados através da tv para acreditar que um dia seriamos milionários, estrelas do cinema ou astros do rock.
Mas não somos."
Sem propósito ou lugar.
Nós não temos uma Guerra Mundial.
Nós não temos uma Grande Depressão.
Nossa Guerra é a espiritual.
Nossa Depressão, são nossas vidas.
Fomos criados através da tv para acreditar que um dia seriamos milionários, estrelas do cinema ou astros do rock.
Mas não somos."
—Tyler Durden.
Como
costumamos às vezes fazer em nossas vidas, o personagem de Edward Norton (cujo
nome verdadeiro não é revelado no filme) busca tentar se elevar de sua condição
trágico-depressiva medindo sua desgraça a partir da infelicidade de outras
pessoas. Toda a percepção que ele consegue obter de si mesmo lhe concede um
pouco de alívio, porém isso começa a ser abalado com o surgimento de Marla
Singer, uma figura sombria, mas que assim como o personagem do Norton está
buscando alguma coisa para usar como anestésico existencial. Independente dos
meios sempre estamos buscando modos para tornar a vida melhor, não melhor
materialmente, mas quando somos pessoas dotadas de senso crítico, melhor sensitivamente.
O ser humano por natureza quer dar sentido às coisas, um propósito, uma razão
de ser. Apesar de parecer nesse ponto que o filme procura trabalhar o
estabelecimento de um sentido para a vida usando a fixação da ordem nas coisas
poderemos perceber que isso é somente uma preparação para a grande entrada de
Tyler Durden e o que podemos chamar de sua filosofia do caos.
Tyler Durden é exatamente a
representação física do anseio que sentimos de romper com amarras às vezes,
sejam elas nossos empregos, nossa vida particular, nosso jeito de ser, enfim
qualquer coisa que seja um grilhão para os nossos sentimentos maiores, para o
que almejamos em nosso intimo, mas que frequentemente abandonamos seja por
comodismo, medo ou por pressões externas (convenções sociais). Tyler é o a peça
que determina todo o fluir da trama e os diversos estágios do filme. O seu
enfrentamento radical à certas moralidades que todos seguimos, mas que
mandaríamos para o espaço caso isso não fosse afetar nossas vidas sociais, e
seu humor ácido com base em ações imprevisíveis o tornam um ícone que com
certeza os espectadores amarão, uma vez que é alguém que consegue e tem a
coragem de extrapolar tudo que nos guia na vida civilizada de máscaras.
Um dos ditados populares que mais detesto
é “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Esse é justamente um dos pontos
mais atacados por Tyler Durden: a autoridade de outrem que se coloca acima de
mim e que me priva da plena satisfação e felicidade e simultaneamente obtém seu
prazer em governar o meu destino alheio aos meus pensamentos e sentimentos. Afinal,
eu lhes pergunto, por que tantas vezes nos esquecemos de nossa felicidade em
nome de coisas que na maioria das vezes nos trazem uma carga pesada de
tristeza? Por que amiúde vemos multidões que perseguem felicidades oníricas e
instantâneas, porém passageiras, isso quando não são falsas, em programas de
televisão e tantas outras maravilhas da modernidade, enquanto suas vidas
afundam em uma montanha de lixo e as areias do tempo escorrem sem que sejam
notadas? É triste perceber como tantos ao nosso redor parecem viver segundo uma
programação básica da vida. O famoso organograma nascer, crescer (arrumar um
trabalho), casar, reproduzir e morrer.
“Clube da Luta” suscita tantos
questionamentos que é impossível assisti-lo sem que balancemos as estruturas de
nossos conceitos mais enraizados e que nossas reflexões, como animais ariscos,
queiram quebrar as grades de nossas percepções alcançando níveis cada vez mais
profundos.
A fotografia é outro elemento caprichoso.
A “sujeira” (hipocrisia social), a vida que pulsa sem arreios e o caos (gerado
pelos diálogos que o longa-metragem tenta criar com os espectadores), como
energia revolucionária, que a todo o momento parece ameaçar a normalidade de
nossa civilização são características que respiram e rompem a película em
direção à nossa face como um soco.
A história possui até
um romance, muito incomum, que no contexto da trama adquiri um sentido vasto e
nos rende um desfecho magnifico. A interpretação que se faz do amor é tão
criativa e a sua abordagem acontece muito bem encaixada com todos os eventos
paralelos. As atuações de Brad Pitt, que nesse caso foge muito do estilo galã
pelo qual ficou famoso, Edward Norton e Helena Bonham Carter estão em uma sintonia
perfeita. Durante o filme recebemos algumas pistas sobre uma revelação que
acontece no desfecho e que confere um significado para tudo que acompanhamos.
A violência em “Clube
da Luta”, apesar do que as pessoas de análise mais rasa possam considerar, não
está em suas cenas de lutas com socos, chutes, hematomas e muito sangue sendo
cuspido. A violência das lutas é somente a ribalta da verdadeira violência que
ocorre atrás das cortinas. Os socos e chutes são símbolos usados para
manifestar visualmente o ataque à civilização que quer transformar nossos
sonhos em lixos que podem ser comprados à preços populares e empregos que
escravizam nossas almas. Este filme nos convida a também pensarmos: será que
sou um escravo que entregou as rédeas da minha vida para alguém que não liga a
mínima para quem eu sou, o que é importante para mim e quais são os meus
sonhos? Será mesmo que devo ficar nesse trabalho que me paga um salário, mas
que sempre me deixa com um vazio no coração e vontade de dormir pelo resto da
vida? Pessoal, vamos criar coragem e fazermos nossa própria história! Não vamos
ser unicamente mais um bando de homens e mulheres que passaram pela vida como
autômatos! Essa vida passa e acaba, percebam isso o mais rápido possível! Vão!
O mundo está lá fora! Desliguem seus computadores e vão descobrir o que vocês
querem fazer das suas vidas! Porque vocês só possuem essa mesmo!
"Você me conheceu numa fase muito estranha da
minha vida."
—O Narrador.
Recomendo “Clube da
Luta”! Espero que vocês apreciem tanto quanto eu. Obrigado pela atenção dos
leitores! Até breve.
“Esta é a sua vida, e
ela está acabando um minuto de cada vez.”
—Tyler Durden.
Eu fiquei meio catatônica depois desse filme e tive de ver de novo.Acho que tá na capa do filme "Clube da Luta é um soco na mente". É um filme fantástico, toda a vez que assisto é uma sensação nova; acho que chega a ser forte por mostrar a verdade da vida muito claramente. Parabéns pela resenha, ela está linda demais, Ednelson, acho que uma das tuas melhores(uma das minhas favoritas, certeza). Parabéns pro filme, pro Ednelson, pra Priscilla. Todos lindos. Bjs da Mandy.
ResponderExcluirEsse filme é mesmo um soco na mente :D Acho que já assisti ele umas 10 vezes, no mínimo. Obrigado pelo comentário, Mandy :)
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