Pôster |
Título Original: La herencia Valdemar
Gênero: Horror, Suspense
Duração: 104 min
Ano de lançamento: 2010
Direção: José Luis Alemán
Roteiro: José Luis Alemán
Produção: Miguel Ángel González; Iñigo Marco
Orçamento (estimado): 13, 000, 000 milhões de euros
Bilheteria: Informação não encontrada
Elenco: Daniele Liotti (Lázaro Valdemar); Óscar Jaenada (Nicolás Tremel); Laia Marull (Leonor Valdemar); Silvia Abascal (Luisa Llorente); Rodolfo Sancho (Eduardo); Ana Risueño (Dra. Cerviá); Norma Ruíz (Ana); Santi Prego (Santiago); José Luis Torrijo (Dámaso); Jesús Olmedo (Chambelán); Francisco Maestre (Aleister Crowley); José Torija (Engendro); Vanessa Suarez (Lizzie Borden ); Laura Toledo (Belle Gunnes); Lino Braxe (Bram Stoker); Jimmy Barnatán (Garbea); Ana Bullón (Beatriz); Lucas Trapaza (Fuchini); Luis García (Comisario Dartin); Soraya Padrao (Nany); Ignacio García-Bustelo (Nacho García-Bustelo); Amaia Garmendia (Luz); Paul Naschy (Jervás); Eusebio Poncela (Maximilian)
Sinopse: Luisa Llorente, perita em tributação de construções antigas, se mudou para a misteriosa mansão Valdemar para coordenar um inventário de posse de bens, e desapareceu. Maximilian, presidente da companhia que Luisa trabalha, contrata os serviços do detetive Nicholas Tramel para encontrá-la. Mas esse não é o primeiro desaparecimento!
IMDb: http://www.imdb.com/title/tt1242744/
Análise:
“—Diga-me,
por favor, como quer que eu durma tranquila se não me contar nada?
—Se lhe contar, não dormirá nunca mais pelo
resto de sua vida.”
Saudações, caros
leitores do Policial da Biblioteca! Já faz algum tempo que não realizo uma
resenha de filme, como talvez vocês tenham notado. O motivo? É que ultimamente
não tenho assistido muitos filmes, logo não havia o que resenhar sobre o
assunto e não gosto de manter análises “forçadas”, ou seja, se não estou com vontade
de ver filmes para resenhar, não o farei. Agora vamos mudar um pouco de assunto.
O horror cósmico, criado por Lovecraft, é uma das formas que mais aprecio neste
gênero e com certeza um filme que retratasse tão bem isso não poderia ficar
afastado de minha apreciação. “La Herencia Valdemar” é fascinante e cada
segundo dele é uma verdadeira aula do que é horror.
A trilha sonora é
completamente instrumental e as melodias melancólicas proporcionam uma imersão
profunda na trama que como é esperado das histórias mais refinadas de horror,
não mantém seu peso em uma exposição exagerada do “mal” ou do “monstro”, mas em
uma presença aterradora que parece circular sempre nos cantos mais escuros,
seja das nossas mentes ou da terra. Essa “presença” fica subentendida em
pequenos gestos, coisas até já conhecidas para quem está habituado a assistir filmes
de horror. Essas sutilezas são páginas de livros que passam sem haver qualquer
corrente de ar no local, sombras que se movem mesmo sem uma oscilação de luz,
visões que fazem os personagens se questionarem sobre o que é real ou se estão
enlouquecendo e vários outros meios são usados para comunicar o medo sem
palavras.
A história começa no
presente, mas mesmo tendo como prólogo o cenário urbano de uma cidade grande,
as interpretações de alguns atores nos remetem a um tempo anterior e
explicitamente envolvidos por segredos, coisas que são unicamente sussurradas
em noites de uma forte tempestade, mas que, para infortúnio de algumas pessoas,
irão emergir de suas tocas e, com suas formas hediondas, trarão consigo as
trevas mais densas que o universo pode conceber.
O filme não é baseado
em uma história de Lovecraft, como alguns talvez imaginem, mas possui fortes
referências estéticas às suas obras e de outros escritores, alguns dos quais,
sem dúvida alguma, influenciaram o grande escritor de Providence.
Na produção há um recuo
temporal com a finalidade de nos elucidar um pouco sobre a história da velha casa
do senhor Valdemar e os tenebrosos acontecimentos que usaram aquela residência
como palco. Esse foco no passado toma grande parte do filme e acaba sendo um aperitivo
extremamente satisfatório para a sua continuação. Sim, “La Herencia Valdemar”
possui uma continuação, mas essa primeira parte é tão bem construída que nos
justifica a necessidade de uma sequência, acho que esta produção poderia até
mesmo ser exibida como uma minissérie.
A transição entre
presente e passado é perfeita e em nenhum momento os personagens adotam
características que destoam de suas épocas especificas, provando o talento
exímio do elenco que parece uma única unidade, uma única pessoa de tão harmonioso
que é, afinal tornar tão viva uma época que não vivemos é um trabalho enorme,
ao menos quando é planejado para alcançar a excelência. O trabalho de
iluminação é magnifico e por ser distinto no presente e no passado traça uma
separação temporal primorosa e faz com que o espectador tenha a impressão às
vezes de acompanhar dois filmes que se completam.
O desfecho acontece no
ponto exato e torna impossível que o espectador não deseje assistir a
continuação, além de que após os créditos finais há cenas que aguçam ainda mais
a nossa curiosidade e já me fizeram ter a certeza de que a resenha do próximo
filme terá ainda mais coisas para comentar. A minha conclusão é de que os
espanhóis se mostram grandes mestres quando o assunto é filmes de horror e
poderiam dar uma aula para alguns diretores americanos com seus filmes de
grandioso orçamento, mas pobres quando olhamos para o roteiro. Recomendo este
filme! Preferencialmente assistam à noite e num cômodo somente com a televisão
ligada, acreditem...a experiência será ainda mais legal nessas circunstâncias. Bom
filme a todos e bons pesadelos, quer dizer...bons sonhos! Até outro momento.
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