Hoje,
venho lhes falar de um livro de um autor que até então não conhecia, o livro em
questão se chama “Zero Absoluto” do escritor Chuck Logan. Espero que vocês
gostem da minha análise e se sintam estimulados a também mergulharam nesse
livro de suspense, afinal as minhas impressões são resultados de uma
experiência individual com o livro e talvez os seus julgamentos possam diferir
drasticamente dos meus. Bem, sem mais demoras vamos diretamente ao assunto.
O
livro começa muito bem para uma obra de suspense nos jogando no meio de uma
situação de adrenalina e estabelecendo um mistério acerca de um contexto do
qual sequer vislumbramos qualquer explicação, porém mais a frente começamos a
nos situar no enredo através do uso de um retorno no tempo e progressivamente
avançamos até ficarmos paralelos com os eventos iniciais.
O
nosso principalmente “acompanhante” durante essa jornada é Phil Broker um
ex-tira que amargurado pela recente separação da mulher busca um refúgio se
isolando em uma cabana no meio de uma floresta, todavia mal imagina ele que sua
tentativa de fugir do mundo o conduziria à um retorno forçado às suas
atividades como policial.
Durante
uma excursão em que Phil resolve trabalhar como guia para faturar algum
dinheiro acaba ocorrendo um acidente envolvendo Hank Sommer, um escritor de
sucesso moderado. Diante desta situação, agravada pelo fato de se encontrarem
em uma região de temperaturas baixas e no meio de uma nevasca, o grupo formado
por Phil Broker, Hank Sommer, Milton Dane (advogado) e Allen Falken (cirurgião),
que inicialmente almejavam viver unicamente uma aventura, tem de agir
rapidamente para salvar a vida de Hank.
A
partir do acidente uma rede de complexidade começa a se formar e este evento imprevisível
se prova o estopim para especulações acerca da índole de muitos personagens. A
narração em terceira pessoa deixa o tom dos discursos do narrador em um nível
de impessoalidade ideal para que o leitor vá formando suas próprias
análises sem interferências do escritor de forma tão brusca, além de que essa
falta de declarações objetivas do narrador deixa a incerteza como uma
constante.
Os elementos lançados nessa obra me fizeram considera-la em parte como um livro
com traços de Noir, visto que temos aqui um clássico exemplo deste sub-genero
da literatura policial: A femme fatale.
Esta
figura feminina de natureza dúbia ganha forma na personagem Jolene Sommer,
atual esposa de Hank Sommer. Jolene ao longo da obra é uma personagem de grande
complexidade de caráter, sua personalidade não demonstra contornos muito forte
e a oscilação de seu humor e modo de agir nos deixa com uma pulga atrás da
orelha, ora achamos que ela tem boas intenções, ora a consideramos a mulher
mais vil que pode caminhar sobre a terra. É incrível como o autor conseguiu me
fazer odiar e amar tanto uma personagem.
Há
também espaço para o desenvolvimento de histórias românticas no livro, para ser
mais preciso um triângulo amoroso (não falarei mais detalhes para evitar
spoiler). Inicialmente achei todo o romance muito forçado e artificial, um
pedra ainda muito bruta, contudo no decorrer do livro o texto foi se tornando
mais confortável e bem trabalho e se até mais ou menos a páginas 150 o achava
enfadonho, depois comecei a adorá-lo!
O
livro se torna ainda mais saboroso de se ler porque além de oscilar de
perspectiva utilizando quase todos os personagens em capítulos separados,
também usa a perspectiva de Hank Sommer que em coma passa a perceber o mundo de
uma maneira diferente e o escritor soube muito bem usar de linguagem poética
para descrever os pensamentos e sentimentos de Hank.
Phil
Broker, um dos personagens que recebem uma atenção maior dos holofotes, é uma
pessoa de baixa complexidade e seu jeito é o do clássico policial durão que se
julga imbatível e capaz de solucionar até mesmo coisas solucionáveis.
Sinceramente, detesto personagens que parecem não se afetar com o mundo ao seu
redor. Não peço que os personagens sejam pessoas que lamentam pelo mundo ou que
sempre se mantenham como meros reflexos do que está ao seu redor, mas que ao
menos demonstrem que estão vivos e que o que acontece perto deles significa o
que elas dizem significar para si mesmas. Entendem? Não consegui enxergar vida
em Phil Broker, mas o enredo se salva com Hank Sommer e Jolene Sommer.
Durante
as últimas 100 páginas foi impossível fechar o livro, mas tal fato se deveu
mais ao ritmo de ação contínua que o autor soube criar e manter do que pela
tensão de algum grande mistério (elemento que aliás passou longe dessa obra, ao
menos na dose que esperava). A maior incógnita no final das contas acaba sendo
as motivações de Jolene que no final me surpreendeu.
“Zero
Absoluto” é um bom livro para distrair, mas não é uma recomendação que faria
para quem busca um verdadeiro mistério em que possa satisfazer seu desejo de
exercitar suas “habilidades de detetive”. Boa leitura à todos!
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Chuck Logan |
Ham... Romance enfadonho, personagem não plausivel... Acho que não vou ler esse não.... HAHAHAHA
ResponderExcluirSabe, acho que nunca conseguiria escrever um suspense. É tão difícil achar o tom certo... Não basta uma boa história...
Beijoooooooos
O Romance não é muito rico literalmente, isso é verdade, mas as últimas páginas seguem um ritmo de ação alucinante. Acho importante lermos diversos autores, mesmo aqueles que geralmente não são bons, para desenvolvermos melhor nossa percepção de estilos. Você já escreveu histórias de suspense, Gleice? Escrever é uma questão de treino constante. Quanto mais você escrever e ler normalmente seus textos irão se aprimorando até atingir o ponto que você quer.
ExcluirBeijos!
Eu comprei esse livro no "Projeto Mais Leitura", acho interessante livros nesse mesmo formato investigativo/suspense, aquele tipo de livro que te taca no meio da história e aos poucos vai explicando o que se passa. Porém, esse livro, nao consigo avançar de jeito nenhum. Já tirei uma tarde sem sono para ler "Zero Absoluto", é só abrir que o sono bate... Resultado: Coloquei ele na estante, peguei "O Protetor" (David Morrell) - que comprei nesse mesmo Projeto Mais Leitura - e me apaixonei pelo livro. Mais tarde, com o tempo, volto a ler Zero Absoluto, quem sabe começo a me apaixonar também pela história, não é mesmo?!
ResponderExcluirLegal! Uma pena que em minha cidade não hajam projetos como o mais leitura. Sim, também aprecio muito livros de suspense. Uhum, pode até ser, mas o suspense de "Zero Absoluto" não é bom, acho que a obra deveria ter sido vendida como ação, pois condiz mais com o estilo da narração.
ExcluirAbraços!