domingo, 8 de abril de 2012

Resenha: Coração de Tinta

Título Original: Inkheart
Gênero:  Aventura; Fantasia
Duração: 106 min
Ano de lançamento: 2008
Direção: Iain Softley
Roteiro: David Lindsay-Abaire (Roteiro); Cornelia Funke (Romance)
Produção: Cornelia Funke; Ileen Maisel; Diana Pokorny; Iain Softley
Orçamento:  60, 000, 000 milhões de dólares
Bilheteria: 57, 490, 374 milhões de dólares (Dados de 3 de Maio de 2009)
Elenco: Brendan Fraser (Mo Folchart); Sienna Guillory (Resa Folchart); Eliza Bennett (Meggie Folchart); Paul Bettany (Dustfinger); Helen Mirren (Elinor Loredan); Matt King (Cockerell); Steve Speirs (Flatnose); Jamie Foreman (Basta); Stephen Grahan (Fulvio); Andy Serkis (Capricórnio); John Thomson (Darius); Lesley Sharp (Mortola); Tereza Srbova (Rapunzel); Rafi Gavron (Farid); Jennifer Connelly (Roxxane); Jim Broadbent (Fenoglio)
Sinopse: Meggie trocaria facilmente sua vida comum pelas aventuras que costuma ler nos livros. Pois parece que seus pedidos foram atendidos. Seu pai Mo (Brendan Fraser), com quem ela passou a morar depois do desaparecimento de sua mãe, esconde um estranho segredo - ele é capaz de trazer os personagens dos livros à vida quando lê seus trechos em voz alta. Esta habilidade pode ter relação com o sumiço da mãe de Meggie. Mas, antes que a menina descubra mais, o vilão Capricórnio surge das páginas de "Coração de Tinta" em busca dos poderes de Mo para realizar seus planos. Agora, com a ajuda do misterioso Dedo Empoeirado e de sua tia-avó Eleonor, Meggie e o pai entram em um intrigante mundo de magia para impedir o maligno Capricórnio e quem sabe finalmente encontrar sua mãe perdida.

Trailer:



Análise:



“Às vezes, o mundo que cria nas páginas parece mais amigável e vivo que o mundo onde realmente vive.”
— Fenoglio.

Mo e Meggie

Como muitos dos leitores do “Policial da Biblioteca” já devem ter pensado ou pensam constantemente em suas aventuras pelos livros, eu também imagino durante as minhas aventuras pelas páginas dos livros (preciosos amigos): “E se tudo o que leio pudesse se tornar realidade? E se pudesse ter a verdadeira oportunidade de dialogar com um personagem que se tornou um grande amigo e do qual me despedi ao fechar o livro com algumas lágrimas nos olhos?” Pois este é um dos pontos a partir do qual é desenvolvida a trama de “Coração de Tinta”. Acompanhem-me por minhas palavras acerca de um filme que encantou a ponto de me sentir novamente uma criança, um ser que só consegue enxergar a magia em um mundo de contornos amiúde tão sombrios e no qual a nossa imaginação às vezes é a única arma contra sombras que turvam a nossa visão para a amplitude da vida.
Capricórnio
Mo (Brendan Fraser) é um homem fascinado por livros que possui um dom especial: quando lê livros em voz alta consegue trazer os elementos (personagens e coisas) das páginas para o nosso mundo, infelizmente esta habilidade acabou lhe causando um sério problema. Ao longo do longa-metragem, além de acompanharmos as tentativas de Mo em resolver o seu problema envolvendo o livro “Coração de Tinta”, somos agraciados com uma beleza visual e auditiva que é um verdadeiro banquete! A fotografia (sempre observo isso nos filmes, apesar de não ser um especialista) traça uma linha bem clara entre os personagens que são o núcleo representante do bem e os vilões. Até mesmo os trajes dos personagens auxiliam nos contornos de suas personalidades. Isso reforça a sensação de que acompanhamos uma clássica história de fantasia, como aquelas que os mais sortudos dentre nós devem ter ouvido na hora de dormir.
A atmosfera me remeteu a alguns dos melhores livros de fantasia que já li. Os eventos que acompanhamos não são coisas épicas com heróis quase invencíveis, mas a sensibilidade com que os personagens transmitem a sua relação com a fantasia é impossível de não apreciar. O enredo coloca um pano de fundo de “vida real” que funciona como lente de aumento para o caráter fantástico da narração. É quase como em “História sem Fim”, onde um garoto (Sebastian) que vivia uma existência tão comum e sem tantos atrativos se vê cada vez mais ligado a um mundo preenchido de coisas maravilhosas que o conduzem para longe de toda a banalidade. Esse foi justamente o ponto que fez a minha mente ser fisgada facilmente, afinal aqueles personagens “comuns” poderiam ser muito bem eu ou você, obviamente em uma realidade em que o que é dito no filme existisse.

Meggie e Fenoglio

O filme conseguiu muito bem falar sobre o sentido dos livros para aqueles que os apreciam por meio dos recursos fantásticos, pois mesmo sem o nosso mundo ser dotado de magos, minotauros, dragões e tantas outras criaturas feéricas a literatura, assim como tantas outras artes, representam a magia e como um artefato tão valioso deve ser preservado e divulgado. Os livros são amigos para as mais diversas horas e podem ser amados pelos mais diversos motivos, alguns podem usá-los para se protegerem de uma realidade opressora, enquanto outros os usam para se entreterem por algumas horas sem muito compromisso e outra possibilidade são aqueles que os carregam como instrumento de trabalho, além de diversão, obviamente existem mais possibilidades, porém irei me restringir a citar estas.
Durante o filme vemos referências a inúmeras obras da literatura, fato que torna assistir “Coração de Tinta” uma prazer ainda maior, visto que fazer referências além de ser uma forma de homenagear é também um modo de enriquecer qualquer produção, pois elas levam o leitor ou espectador em uma jornada ainda maior. Já descobri muitos escritores, filmes, bandas etc por meio de minhas leituras.
Dustfinger
Para mim a grande felicidade nesse filme, quanto ao assunto elenco, foi a presença de Andy Serkis que dessa vez está presente não dando vida para as expressões de algum personagem digital, mas atuando como um vilão digno de aplausos. Sim, aprecio muito os vilões nas histórias, afinal nem só de mocinhos se mantém livros ou filmes. A oposição de forças, que não precisa ser necessariamente do bem contra o mal, é indispensável para que uma trama flua. Apesar de Eliza Bennett roubar muito as cenas, Brendan não deixa de nos brindar com uma atuação diferente de seu padrão de mocinho-herói-destemido.
O personagem que mais se desenvolve no filme é Dustfinger que começa como um vilão, passa por um anti-herói e acaba nos surpreendendo com o destino que acaba assumindo. É encantadora a maneira mágica com que o filme desenha a relação autor e seus personagens criando excelentes diálogos entre Fenoglio (o escritor, no contexto do filme, do livro “Coração de Tinta”) e suas criações. Recomendo este filme! Vocês só irão conseguir compreender verdadeiramente a grandeza dessa obra ao contemplá-la! Bom filme à todos!



3 comentários:

  1. Uma tarde na locadora aluguei esse filme imaginando que se tratava de uma fantasia, mas sem ter absoluta certeza se era bom ou ruim... depois que eu assisti cheguei à conclusão: Maravilhoso!!!

    Claro que eu queria, pelo menos uma vez na vida a oportunidade de entrar na estória de algum dos livros que já li. Já o que um personagem desses livros faria caso saísse de lá... com certeza muita confusão!

    Acho esse filme entretenimento para toda a família e muito recomendado!!

    Adorei seu post!! Valeu pra lembrar de muitos momentos do filme!!
    O SBT tem anunciado que passará o filme.... mas vai saber quando, né?! E a parte ruim.. será dublado com certeza... (non me gusta)

    Tem post novo no meu blog: http://hipercriativa.blogspot.com.br/
    Passe por lá se quiser!!

    Beijussss;

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  2. Realmente esse filme é um espetáculo! Nossa, se alguns personagens de livros fugissem para o nosso mundo seria divertido demais! Imagina só você andar na rua e de repente encontrar Van Hellsing na sua frente! xD O SBT vai exibir sim, mas cheio de cortes. Vou visitar seu blog, Helaina.

    Beijos!

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  3. Para quem tiver oportunidade, leia também o livro "Coração de Tinta". É interessante perceber que no filme foram feitas algumas alterações, principalmente no final de alguns personagens. Mas vale a pena todo o tempo que passei nestas obras magníficas !

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