sexta-feira, 6 de abril de 2012

Resenha: Por Trás da Máscara - A Ascensão de Leslie Vernon

Título Original: Behind The Mask: The Rise of Leslie Vernon
Gênero:  Comédia; Horror; Suspense
Duração: 92 min
Ano de lançamento: 2006
Direção: Scott Glosserman
Roteiro: Scott Glosserman; David J. Stieve
Produção: Scott Glosserman
Orçamento:  Informação não encontrada
Bilheteria (somente nos Estados Unidos): 69,136 mil dólares
Elenco: Nathan Baesel (Leslie Vernon); Angela Goethals (Taylor Gentry); Robert Englund (Doc Halloran); Scott Wilson (Eugene); Zelda Rubinstein (Mrs. Colliwood); Bridgett Newton (Jamie); Kate Lang Johnson (Kelly); Ben Pace (Doug); Britain Spellings (Todd); Hart Turner (Shane); Krissy Carlson (Lauren); Travis Zariwny (Dr. Meuller)
Sinopse: O próximo grande psicopata do horror slasher dá permissão à uma equipe de jornalismo para fazer um documentário exclusivo sobre a sua vida e como ele planeja o seu reinado de terror sobre a pacata cidade de Glen Echo. Leslie Vernon ao longo do documentário desconstrói todas as convenções e arquétipos do gênero de horror, mais especificamente, os filmes de psicopatas, como: Jason Vorhees, Michael Myers e Freddy Krueger.

Trailer:



Análise:



“Toda cultura, toda civilização, desde o princípio, tem monstros. O bem sobre o mal. Você precisa ter o mal, não é?”
—Eugene, personagem de “Por Trás da Máscara”.
Leslie Vernon e sua entrada triunfal já caracterizado como sua persona assassina.

Zelda Rubinstein (Mrs. Colliwood) e Leslie ao fundo.
“Por Trás da Máscara: O Surgimento de Leslie Vernon” foi uma daquelas pérolas raras que encontramos ao acaso. O filme, apesar de seguir um padrão de horror que já saturou a paciência de muitos espectadores, consegue conquistar devido ao seu formato e originalidade, por isso decidi compartilhar minhas impressões sobre este filme que impressiona e com certeza deixará satisfeito todos os fãs de filmes como “Sexta-Feira 13”, “Halloween” e “A Hora do Pesadelo”.
O filme acontece em sua maior parte como um documentário e alterna em alguns momentos para uma visão diferente da câmera tremulante. A equipe de jornalismo que acompanha Leslie Vernon durante o planejamento de sua ascensão como o próximo representante da nata dos assassinos seriais é formada pela gentil, simpática e bela repórter de visual recatado Taylor Gentry e os câmeras Doug e Todd que não chegam a se destacarem no enredo, mas funcionam como bons ganchos para a atuação de Angela Goethal (Taylor Gentry).
Leslie Vernon.
Pode parecer um pouco absurdo quando pensamos: “Mas por que uma equipe de jornalismo iria aceitar fazer um documentário sobre um assassino e não denunciá-lo à autoridade policial mais próxima?“ A resposta é que tudo inicialmente parece mais uma brincadeira de um indivíduo que não passa de um aficionado por histórias macabras envolvendo assassinos. Essa aparência teatral da história é reforçada pela figura carismática de Leslie Vernon que ao se apresentar para a equipe de jornalismo age de forma completamente contrária ao habitual para psicopatas em filmes de horror. Enquanto que em clássicos do gênero o assassino geralmente é uma figura soturna de pouquíssimas palavras, se restringindo em alguns casos à grunhidos animalescos, Leslie é um sujeito extremamente carismático que nos faz pensar se ele está falando sério quando comenta que pretende alcançar a fama como uma alta representação do mal vitimando pessoas inocentes.
Leslie e Taylor Gentry
Durante o filme os arquétipos dos filmes Slasher são descontruídos e explanados com tamanha precisão e profundidade que os filmes aparentemente mais simplórios passam a parecer verdadeiros estudos sobre a psicologia dos assassinos seriais, suas motivações e o sentido deles existirem. A maneira como o filme brinca com os clichês é engraçada, mas sem atingir o riso desnecessário (como muitas comédias adolescentes da atualidade), quebrando o fluir da trama ou caindo na mesmice de piadas repetidas.
A história de como nasceu a lenda do fantasma de Leslie Vernon na cidade de Glen Echo não possui qualquer traço de originalidade, contudo isso não desmerece a obra, pois se ela segue antigos padrões em alguns quesitos, compensa em originalidade em muitos outros pontos. Aliás, no roteiro somos frequentemente levados a questionar o que são informações reais e o que pode ser invenção da mente de Leslie que, apesar de parecer possuir um grande autocontrole emocional frente às câmeras, não deixa de ser um lunático.
Além da troça com os clichês, recebemos algumas dicas preciosas de Leslie Vernon de como sobreviver a uma situação em que encontremos um assassino serial que siga os moldes dos quais ele é fã. Isso é um deleite para pessoas que, como eu,  adoram e às vezes se percebem passando horas debatendo sobre filmes de terror e como os personagens poderiam agir para sobreviver. Inclusive, vale avisar aqui sobre o lançamento de um livro que será publicado pela editora Dracaena: 3355 - Situações Que Você Deve Saber Para Não Morrer Como nos Filmes de Terror. Fique atento à este livro, acho que vai valer muito a pena adquiri-lo. Mas voltando ao assunto do post...o filme conta também com algumas participações especiais de ícones dos filmes filmes de terror, como: Zelda Rubinstein (Poltergeist), Kane Hooder (Sexta-Feira 13 - Parte 7: A Matança Continua, Jason Vai Para o Inferno - A Última Sexta-Feira e Jason X) e Robert Englund (ator que ficou famoso interpretando o personagem Freddy Krueger).
Doc Halloran e Taylor Gentry
Robert Englund é o único dentre os ícones do terror que conseguiu um papel de destaque e, diga-se de passagem, importantíssimo, pois ele encarna o Doutor Halloran, personagem que serve de contraponto para o mal que usa Leslie Vernon para se manifestar. A única coisa que lamentei é que não houve um desenvolvimento maior do personagem de Robert, acho que o talento dele ficou demais em segundo plano e o filme poderia ter sido ainda melhor se dessem a devida atenção a um astro deste porte.
O desfecho nos reserva uma surpresa que deixa o filme ainda mais interessante e nos proporciona um final agradável e que foge do óbvio. Uma última observação: deixem os créditos finais passarem completamente, há um último deleite ao som de "Psycho Killer" da banda Talking Head que fecha com chave de ouro esse filme que é ao mesmo tempo uma homenagem aos filmes de terror clássicos de nossa infância e uma brincadeira com os seus clichês que apesar de tudo sempre nos divertem. Abraços e até breve! Bom filme à todos!

Dica de Leslie Vernon para sobreviver à um assassino: Quando ver um corra sempre em frente, nunca olhe para trás, você não vai gostar do que vai ver.



3 comentários:

  1. Não sou fã desse tipo de filme, mas confesso que a história parece ser original e bem desenvolvida. E realmente... Que jornalista LOUCO ia querer ficar na cola de um serial killer? LOL mas jornalista é uma raça doida, então...HAHAHAHHA

    Adoro o modo como vc expôs o filme, e ainda ali no meio, dando dica de livro. Parabéns! :)

    Beijooooooos

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    Respostas
    1. Gleice, esse filme vale a pena ser visto porque não apela tanto para a violência e se preocupa em caprichar nas atuações. Não é um terror de sangue exagerado, mas um longa-metragem, como mencionei, que procura explicar e brincar um pouco com as grandes produções dos anos 80 e 90. Agradeço seu elogio, isto vindo de alguém que escreve textos maravilhosos para mim significa muito! ^-^

      Beijos!

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  2. Amei esse filme. Mt boa a curiosidade

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