Resenha: Os Olhos do Dragão

A primeira vez que li os Olhos do Dragão foi no meu celular, se não me engano – a maioria dos livros foi assim, era uma época escura. Agora pude reler com o livro em mãos e, claro, é muito melhor.

Li em algum lugar que King escreveu esse livro para sua filha Naomi – tem na dedicatória, eu sei – pelo motivo – isso não tem – de que ela não gosta muito de histórias de terror. Os Olhos do Dragão é uma fábula. Realmente não podemos dizer ser uma história de terror, mas é claro que o terror existe. Grande prova disso é que o vilão da história é Flagg. Quem lê King há um tempo, sabe de quem estou falando. 

Conhecemos o reino de Delain que tem lá os seus problemas, mas pode se considerar um reino feliz. O rei, Rolando, conhecido pelo título de “o Bom” não é lá muito inteligente, mas tenta fazer jus ao seu título. Às vezes isso não acontece por causa do feiticeiro do reino e também conselheiro do rei, Flagg. Flagg está em Delain desde que Rolando se entende por gente, aconselhando seu pai, seu avô... mas não sabe que Flagg sempre esteve ali, de alguma forma. Rolando o teme e por isso na maioria das vezes, o obedece. Isso decai um pouco quando Rolando se casa com uma mulher chamada Sasha, que ganha o amor do rei e de todo reino por sua gentileza e bondade. Ela vai contra Flagg a maior parte do tempo e Rolando a ouve. Isso, claro, não agrada o feiticeiro.

Sasha dá ao rei dois herdeiros, Pedro e Tomás. Pedro, como o mais velho, é o futuro rei. Ele é um garoto bonito, educado e inteligente. Conforme vai crescendo, todos a sua volta sabem que ele será um excelente rei. Ele demonstra ter sangue real em tudo: no seu modo de andar, de falar e em suas decisões.

Tomás é um tanto diferente. Sasha morreu no parto que o trouxe à vida. Talvez se tivesse conhecido a mãe, como Pedro, as coisas teriam sido diferentes. Ele é deixado de lado, a maioria das vezes não é uma atitude proposital. Ele sente que isso acontece porque ele nasceu e matou a mãe no processo. Tenta a todo custo ter a atenção de seu pai, mas este só tem olhos para Pedro. É um garoto triste e a tristeza começa a se transformar em ódio por Pedro e até pelo pai. Ninguém realmente o vê e se lembra dele – exceto pelo próprio Pedro e Flagg.

Flagg vê em Tomás, em sua raiva e tristeza, uma ótima oportunidade. Ele sabe que se e quando Pedro for rei, ele não terá lugar no reino. Pedro é um dos que vê a real face de Flagg e não tem medo de enfrentá-lo. Flagg então planeja que Tomás seja rei. Assim sendo, ele estará livre para mandar no reino e criar o caos, a tristeza e a guerra. Coisas que ele sempre procurou fazer em Delain.

Assim, Flagg planeja a morte do rei e apontar como assassino seu filho mais velho, Pedro.

A história é narrada pelo próprio King. Aí você me diz que toda história é narrada por ele, mas nessa é diferente. É como se você estivesse deitado na cama com um contador de histórias ao seu lado. Um ótimo contador de histórias por sinal. É um livro pequeno, com capítulos curtos, o que nos faz devorá-lo rapidamente. 

Ao terminar de lê-lo, fiquei com muita vontade de ler a série da Torre Negra – não, ainda não li – e talvez encontrar de novo alguns personagens.

Um livro cativante. Como eu disse você lê rápido, mas não deseja que ele acabe.

Ficha Técnica:

Editora: Objetiva

Autor: Stephen King

Origem: Estrangeira

Título original: The Eyes of the Dragon

Ano: 2006

ISBN: 85-7302-436-4

Número de páginas: 213

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