quarta-feira, 11 de julho de 2012

Crítica: The Wind Through The Keyhole

Título Original: The Dark Tower – The Wind Through The Keyhole
Título Traduzido: Ainda não publicado no Brasil
Ano de Publicação: 2012
Data de Publicação nos EUA: 24/04/2012
Personagens Principais: Jake Chambers, Roland Deschain, Eddie Dean, Oi, Sussanah Dean, Tim Coração Valente, Grande Ross, Jamie Decury, Merlim, O Homem de Preto
Cidades da História: Debaria
Disponível no Brasil pelas Editoras: Ainda sem publicação no Brasil

Sinopse/Crítica
Longos dias e belas noites Pistoleiros! Estou de volta, depois de um hiato considerável de tempo, (graças a Universidade, que tem me ocupado mais do que eu realmente gostaria rs) com mais um livro da semana. Para compensar a demora resolvi falar um pouco sobre um dos mais recentes lançamentos do tio King, o tão aguardado novo livro da Torre Negra, “The Wind Through The Keyhole” (algo como “o vento através da fechadura”, em tradução livre). Então vamos ao que interessa…
O livro é basicamente uma história, dentro de uma história, dentro de outra história (a ideia pode parecer um tanto quanto confusa, mas quando abordada na prática é bem mais simples). Primeiro temos Roland e seu Ka-tet, em busca da Torre Negra, no exato ponto em que foram deixados com o termino do quarto volume da série, Mago e Vidro e um pouco antes de chegarem a Calla no quinto volume (podemos, portanto, considerá-lo como uma “Torre Negra 4.5”). Escapando de uma espécie de “tempestade” de gelo (Starkblast, no original, é um conceito bem mais aprofundado de “tempestade”, que pode ser mais bem entendido durante a leitura do livro. Não vou me aprofundar mais nos detalhes para não estragar a leitura com possíveis spoilers) Roland e seu ka-tet (Susannah, Jake, Oi e Eddie) se refugiam em um galpão abandonado e enquanto a tempestade não passa o ka-tet se reune ao redor de uma fogueira para ouvirem uma história dos tempos em que Roland ainda era Jovem, depois de sua aventura em Mejis (como visto em “Mago e Vidro”), quando ele e o então também jovem Jamie Decury foram mandados para a cidade de Debaria (lar das “Irmãzinhas da Rosa”, com quem Roland futuramente se encontraria no conto “As Irmãzinhas de Eluria”, do livro “Tudo é Eventual”) para investigar o caso de um SkinMan (algo como “Homem-Pele”, em tradução livre) uma espécie de metamorfo que estava assombrando a cidade. Paralelo aos fatos narrados nesse trecho da história, somos também apresentados a história do Vento pelo buraco da fechadura, que dá título ao romance.
Eddie, Susannah, e Jake escutaram encantados, por toda aquela longa e controversa noite. Lud, o Homem do Tique-Taque, Mono Blaine, o Palácio Verde—tudo fora esquecido. Até mesmo a Torre Negra fora esquecida por um tempo. Havia apenas a voz de Roland, crescendo e decrescendo. (S.K – The Wind Through The Keyhole)
No romance nos deparamos com um Roland, apesar de jovem, já bem amadurecido pelos infelizes acontecimentos do livro anterior e constantemente assombrado pela imagem de sua mãe. Algo como uma sombra do Pistoleiro frio e calculista que ele se tornaria futuramente, bem semelhante ao que pudemos conhecer quando nos foi narrada a história de Mejis (e mais detalhadamente nas hqs da Marvel que contam sobre o retorno para casa e sobre a queda de Gilead). Em contra partida temos um ainda aspirante a Pistoleiro Jamie Decury, que apesar de inexperiente cumpre bem sua função ao lado de Roland.
De acordo com Vannay, havia apenas um único modo seguro de matar um SkinMan: um objeto perfurante de metal sagrado. Eu pagara o ferreiro com ouro, mas a bala que ele me fabricara – aquela que avançaria pelo tambor ao primeiro apertar de gatilho – era de pura prata. Talvez funcionasse. Senão, eu faria chover chumbo. (S.K – The Wind Through The Keyhole)
A terceira história narrada e que dá título ao livro, “The Wind Through the Keyhole” funciona basicamente como uma parábola contada por Roland, (entre o segundo e terceiro capitulo do livro) que ouviu a história de sua mãe, quando ainda era muito pequeno. Apesar disso, quem já se aventurou nos outros romances da torre irá reconhecer quase que imediatamente os elementos presentes na história do jovem Tim, que parte em busca da cura para a visão de sua mãe; a tecnologia obscura da North Central Positronics, a magia de Merlim, os feixes de luz, e, como não poderia deixar de ser, a participação “especial” de um dos maiores vilões do universo da Torre Negra, o Homem de Preto. Apesar de interessante, acabei com a impressão de que “The Wind Through the Keyhole” é uma parte um tanto quanto desnecessária. Apesar de ser uma boa história, ao meu ver ela não acrescenta em nada a trama, (o que não acontece com a história principal, de Roland e Jamie em busca do Skinman. Diferente da fábula contada por Roland, esta serve como uma espécie de “preparação” para a redenção de sua mãe, uma história que mudaria o modo com o próprio Roland passaria a enxergá-la após os fatos ali narrados) e funciona basicamente como um tapa-buracos para afastar um pouco o foco principal (e consequentemente rechear o livro com algumas – muitas – páginas a mais). Apesar disso, é uma ótima história (assim como as histórias relacionadas a torre, em geral, são).
- O Guardião do Feixe desta ponta é Aslam. – Daria disse. – Aslam é um leão, e se ele ainda vive, ele está muito longe daqui, na terra das neves eternas. (S.K – The Wind Through The Keyhole)
Como o próprio King fez questão de frisar, The Wind Through the Keyhole funciona como um volume 4.5 que pode ser lido tranquilamente, independente da leitura dos outros volumes da série (e com uma ajudinha das breves considerações tecidas pelo próprio King antes do inicio do livro). Mas é importante saber que ter a consciência dos fatos narrados nos outros livros ajuda bastante para que se tenha uma visão mais detalhada do romance, uma experiência de imersão mais aprofundada no universo da Torre, como acontece até mesmo numa releitura dos outros livros da série (detalhes que passam despercebidos numa primeira leitura de “O Pistoleiro” por exemplo, numa segunda leitura são facilmente perceptíveis e enriquecem de maneira significativa a experiência). É um livro que realmente vale a pena ser lido. Apesar de, num modo geral, também não acrescentar muita coisa a mitologia da série, é um retorno tanto digno quanto inevitável (afinal de contas, Ka é como uma roda) ao universo de Roland Deschain e seu Ka-tet. Um universo que, apesar de esmiuçado no decorrer dos diversos livros, Hqs e enciclopédias sobre a série, ainda nos deixa sedentos por mais e mais.
Resenha originalmente publicada em: stephenking.com.br

Um comentário:

  1. Não conhecia a série! Fiquei curiosa! ^^
    Ótima a sua resenha!!

    Beijusss;
    http://hipercriativa.blogspot.com.br/

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